
Não precisa saber quem é, nem o motivo da ligação. Muitas vezes é engano, mas não importa: eu preciso atender. O Toque do celular tem esse poder arrebatador de nos tirar do lugar em que estamos a fim de ir ao encontro dele. Ele nos move!!
Entretanto, o poder motivador do toque não se restringe ao celular. Qualquer pessoa é sensível ao toque e responde de algum jeito, mesmo que de forma imperceptível a quem a tocou.
Um esbarrão, um encostar de ombros no ônibus lotado, o aperto de mão, a batida de leve nas costas... isso também é toque!
Como o toque faz falta nos nossos dias tão corridos, tão cálidos, tão sozinhos. Não esse indesejável ou inesperado toque, que passa tão despercebido, automático.
Eu falo de um toque que,assim como o do celular, nos move, nos tira do lugar em que estamos e nos faz querer ir ao encontro do outro num caráter de urgência, irresistível.
Eu falo de um aperto sincero de mão que transmite calor e segurança, de um olhar atencioso que busca no fundo de nosso ser como realmente estamos. É o afago no rosto, o cafuné descompromissado, um beijo amigo que estala na nossa bochecha ao invés de se perder no ar. O que dizer de um abraço gostoso e apertado, que muitas vezes nos tira o fôlego e nos faz sentir amado? Há tantas palavras não ditas escondidas nas entrelinhas do toque.
Tocar é dizer: eu estou aqui e me importo com você! O toque nos lembra que não estamos sozinhos. É um gesto que sempre implica troca. Quem toca e quem é tocado dão e recebem, mesmo sem querer! Mas o bom mesmo é que se queira!
Poucos são os que têm o dom da música e a habilidade de produzir um toque melodioso que embala nossos ouvidos. Mas todos, sem exceção, temos o dom de sermos sensíveis ao outro e produzir um toque espontâneo e intencional que traz alegria a alma e embala nossos corações.
Rachel M.C. Oliveira
Um comentário:
Que bela mensagem! Estamos mesmo precisando desse tipo de contato,pois nossa sociedade cada vez mais individualista nos afasta, fazendo com que o toque seja apenas um gesto de educação. Quando na verdade deveriamos tocar como diz seu texto com sinseridade e emoção.
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