terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sem medo da febre -parte II



Um pouco mais...

Há um texto sobre a febre num livro muito bacana chamado Cura natural para bebês e crianças, da Aviva Jill Romm, Ed. Ground.

Vou colocar um trecho abaixo:

A febre não é uma doença

A febre não é uma doença: é uma reação e um sinal de doença. Não é a febre em si que precisa ser eliminada. Ao contrário, ela serve para dar apoio e nutrir a criança, enquanto o organismo trabalha para eliminar uma infecção, retomar o equilíbrio e se curar. Ainda não se conhece perfeitamente o papel da febre na doença, mas, antes da “medicina moderna”, os curandeiros tradicionais consideravam a febre um fogo inato, motivado pela energia vital do corpo para tratar do organismo durante a doença ou infecção. A partir do século passado, a ciência ocidental promoveu a idéia de que febre em si é uma doença e procurou elimina-la com a aspirina, o acetominofen (Tylenol) e antibióticos. Hoje, as pesquisas sobre o sistema imunológico do ser humano começam a revelar que a febre não é uma doença, mas um estimulante e um meio para promover este sistema. Sabe-se agora que a febre causa a produção e liberação de certos elementos químicos, que combatem as infecções em nosso organismo. O aumento da temperatura também cria um ambiente inóspito para o desenvolvimento de organismos patogênicos que, em grande população, podem levar a doenças graves. As “bruxas”, as mães e os curandeiros tradicionais sabem há muitas eras o que a medicina convencional mal começa a admitir. Talvez ainda venham a “descobrir” que a atualmente disseminada eliminação das funções do sistema imunológico que está contribuindo para o aumento de doenças resistentes a tratamentos. Febres costumam ser bem mais altas em crianças do que em adultos. A altura de uma febre não reflete necessariamente a gravidade da doença. A criança pode estar gravemente doente com meningite, por exemplo, mas apresentar uma febre de apenas 28 graus. A criança febril precisa de muito líquido, repouso e tratamento de possíveis infecções – isso é mais importante do que preocupar-se com a altura da febre. As febres podem continuar por alguns dias, como é comum acontecer nas inflamações das vias respiratórias superiores e nas gripes, mas não chegam a ser um problema, se a criança estiver tomando muito líquido, mantendo repouso, a infecção estiver sendo tratada e ela aparentar uma boa vitalidade. A febre é a reação natural do sistema imunológico do organismo a infecções ou à tensão – por isso, quando procuramos simplesmente elimina-la, estamos confundindo os instintos do nosso corpo. Se isso acontecer repetidamente, podem surgir conseqüências permanentes. Se você estiver muito preocupada e quiser abaixar a temperatura alta, coloque a criança numa banheira cheia de água cerca de dois a três graus mais fria do que a temperatura do corpo. A criança gostará do banho e não protestará, dizendo que a água está quente demais. Água muito fria (no banho ou ingerida) será um choque para o sistema, sem obter os resultados que você deseja. Outra opção é aplicar um paninho frio à testa, têmporas, punhos e na parte de trás do pescoço.

RECOMENDAÇÕES GERAIS - Deixe a criança repousar e dormir o quanto ela precisar. Mantenha um ambiente calmo, próprio para a boa recuperação. - Durante esse período de repouso e sossego, proporcione atividades que ajudem a levantar o espírito – por exemplo, se a criança não sabe ler ou não se sente bem para isso, leia em voz alta histórias apropriadas para a sua idade. Deixe a televisão desligada: é muito perturbadora e, com toda certeza, não é uma companhia nutritiva como você. - Mantenha o quanto da criança agradável e fresco. Um lençol bonito, algumas flores e luz difusa (melhor para estados febris). - Para refrescar, borrife pelo quarto água com algumas gotas de um óleo essencial com perfume natural: alecrim, alfazema, tomilho, rosas, limão, eucalipto ou hortelã. Misture a essência na água levemente morna.

A ALIMENTAÇÃO Dê montes de líquidos à criança durante a febre: ajudam a prevenir a desidratação, a baixar e estabilizar a temperatura, limpam a infecção e acalmam os nervos da criança. Os bebês podem ser embalados com freqüência, momento em que você poderá dar água em uma colher, num copinho ou em conta-gotas a cada quinze minutos ou de meia em meia hora. Crianças maiores podem tomar pelo menos um copo de líquido a cada hora. A alimentação deve ser muito leve. Frutas, legumes, verduras e sopas. Comidas pesadas contribuem para aquecer o organismo. Se a criança estiver faminta, deixe-a comer bastante. Procure evitar os gelados

QUANDO SE DEVE PROCURAR O MÉDICO
Se a criança parece muito mal, com o pescoço rígido (não consegue encostar o queixo no peito facilmente) ou tem muita dor de cabeça vômito projetado (vômitos que saem com razoável impulso), parece estonteada ou sem reação, tem dores abdominais fortes ou está piorando apesar de seus esforços, procure imediatamente um médico. Procure também sinais de desidratação: membranas mucosas ressecadas, olhos afundados, a criança entra e sai da inconsciência; observe a pele. Bebês podem apresentar um ponto mole afundado na cabeça. Todos esses sintomas indicam uma emergência.

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